Não destrua o templo santo do Senhor, nosso corpo, morada de Deus
Há sempre um conflito entre o corpo e a alma com o que é terreno e o que é eterno: uma luta travada pelo orgulho e a humildade, a guerra e a paz, o ódio e o perdão, a mentira e a verdade. Como seria bom se todo mundo e cada um soubesse que suas barreiras começam a dissolver a beleza das cores, esconder o sorriso da criança e esfacelar a esperança de que dias melhores estão por vir!
A ferida aguda da intolerância e inflexibilidade é a defesa da rejeição do que é em nós fraqueza. Se não nos colocarmos no nosso lugar, diante de Deus, diante do próximo e de nós mesmos, encheremos o nosso coração de trevas e da necessidade de vingança, que vai matando também quem a sente. Cuidado! Os intolerantes do tempo de Jesus não suportaram sua verdade e, cruelmente, assassinaram o Messias, o Filho de Deus, na pretensão de sufocar o peso da culpa que ecoava no coração vulnerável. É preciso reconhecer que somos somente pó e cinza diante de Deus, somos todos iguais. Não podemos destruir o templo santo do Senhor, nosso corpo, morada de Deus.
Muitas vezes, temos a pretensão de combater o mal fora de nós, porque não toleramos a incapacidade de domar o mal que está dentro de nós e dos quais fugimos. E raramente nos damos conta de que os sentimentos traem a verdade e corrompem a justiça, isola-nos, faz-nos dependentes da culpa e nos coloca no estado de inferioridade.
Disse Jesus: “Bem-aventurados os que têm um coração pobre, pois o Reino é deles” (cf. Mt 5,3). Essa decida ao túnel do coração é libertação, não há outro meio para curar a ferida se não o da humildade de que nem sempre tem a razão ou, mesmo estando com ela, não o faz habitante superior nesta terra. Afasta do mal para encontrar um lugar dentro de si, onde habita Deus, lugar do êxtase e da eterna festa do cordeiro.
Quando sou vencido, Ele pode vencer em mim. O que é injustiça aos homens pode ser justiça de Deus.
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