Neste domingo, é celebrada a Festa da Divina Misericórdia, justamente porque, neste dia, foi instituído o Sacramento da Confissão; e foi o próprio Cristo quem o instituiu para que os fiéis, caídos no pecado depois do batismo, recebessem a graça e se reconciliassem com Deus. Não podemos, contudo, entender o que perdemos sem, antes, compreendermos o que temos, pois a graça é o que perdemos quando pecamos; e não há perda maior que possamos sofrer.
Deus, por amor, criou os homens com a finalidade de viverem em amizade com Ele e em comunhão entre si. Por isso, a unidade deve ser o resultado de uma profunda e verdadeira conversão pessoal. O nosso pecado fere a união fraterna, o convívio social, afeta os relacionamentos. E ainda mais neste tempo, quando estamos em casa, mais juntos da nossa família, a nossa luta contra o pecado é extremamente importante, pois favorece e harmoniza o ambiente. Todavia, podemos estar como o filho mais velho da parábola do filho pródigo, aquele que permaneceu em casa, mas, movido pelo egoísmo e por uma vida cheia de trabalho, não se permitia experimentar o amor e a misericórdia do pai. Por isso, quando viu o seu irmão que estava perdido voltar, não conseguiu se alegrar.
A misericórdia triunfa sobre o julgamento, e a bondade de Deus se manifesta ainda mais ao perdoar e salvar os que pecaram e se decidiram por voltar para casa. Deus sabe o mal que um pecado cometido causa a nós, por isso, quando O ferimos com as nossas más escolhas, ferimos o Seu coração, assim como aquele soldado fez com a lança, e do lado de Jesus jorram sangue e água, misericórdia que nos lava e purifica.
Talvez você tenha percorrido longos caminhos que o distanciaram da casa do Pai, ou você tenha até ficado em casa, mas sem experimentar a misericórdia. É tempo, hoje, de voltar! E aquele que é alcançado pela misericórdia não se sente humilhado, mas reencontrado e revalorizado, e se reconhece filho.
O Pai se alegra e faz festa com a sua volta, a volta à comunhão, à unidade. Que, neste dia, sua confiança em Deus possa ser renovada e você possa proclamar: “Ó sangue e água que jorraste no coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!”.
Deus o abençoe!
Fagner Mendonça