Viver entre irmãos

Uma das maiores riquezas da vida é viver entre irmãos: irmãos de sangue, de comunidade, de fé. Por mais que eu seja independente, madura, financeiramente resolvida, saber que tenho irmãos me dá um conforto enorme, ainda mais porque caminhamos na mesma direção, que é Deus.

Viver entre irmãos

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“Oh! Como é bom, como é agradável os irmãos morarem juntos!” (Sl 133, 1). Toda vez que penso na vida fraterna, eu me lembro desta citação. É tão lindo, não é? E é mesmo, quando aprendemos a descobrir o valor daqueles que Deus colocou na nossa vida, na nossa família, na nossa pastoral, na nossa comunidade.

Mas a vida entre irmãos não é e nunca será um mar de rosas. Até que se aprenda que aquele que caminha conosco, divide conosco um aposento, uma parceria, uma missão, não é nosso adversário, muitas lágrimas e muitas reconciliações já aconteceram.

Viver entre irmãos

Louvo a Deus pelos irmãos que eu tenho. De sangue só tenho um, família pequena por conta dos muitos abortos espontâneos sofridos pela mamãe. Mas Deus quis compensar, e me deu muitos outros irmãos, tanto nas paróquias onde servi quanto na comunidade. Mas foi preciso aprender, a duras penas, que para que haja harmonia entre nós é preciso identificar, com muita clareza, onde está o nosso foco.

Em Jesus ou nos irmãos?

Essa verdade caiu como um raio na minha cabeça durante um atendimento de direção espiritual. Eu estava cansada, estressada, irritada, eu me sentia um saco de pancadas, e fui me queixar com um padre. A primeira coisa que ele me disse e que eu nunca mais esqueci foi: “Onde você está colocando o seu foco? Em Jesus ou nas pessoas?”.

Benditas palavras! Esse é o segredo! Claro, uma vida sadia entre irmãos demanda, antes de tudo, o desejo de que todas as ocasiões de conflito sejam devidamente resolvidas para o bem de todos, mas é imprescindível a transparência, a conversa, o pedir e dar perdão. É preciso exercitar a paciência, a resiliência, a tolerância, o amor-doação. É entender que aqueles que estão ao nosso lado são também amados por Jesus, que os redimiu na Cruz.

Além de perdoar setenta vezes sete, o argumento mais convincente é o de que a misericórdia de Deus me será concedida na mesma medida em que eu a exercitar. Com nossos irmãos, construímos a paz aqui para poder gozá-la no Céu.

Deus abençoe você!

Maria Helena Barbosa
Missionária do 2º. Elo
Frente de Missão SJC/SP

Maria Helena Barbosa