O perdão nos ressuscita. Ao vivermos os processos de cura em nossa vida, vivemos a riqueza e libertarmo-nos de uma série de dificuldades, de pesos, de machucaduras que nos levam ao nosso pior estado, nossas piores emoções, mas que podem ser tocadas pelo poder do perdão que nos ressuscita.
Os relacionamentos trazem consigo, essencialmente e de forma muito importante e impactante, a história de duas pessoas que portam uma bagagem particular, e essa pode incluir traumas, marcas, alegrias, tristezas e, até mesmo, ressentimento e culpa, e esses podem influenciar e cair em cheio sobre a vida do casal, seja ele de namorados, casados ou ainda nas amizades.
Quantas vezes ouvimos alguém no nosso convívio social que — ao falar de uma certa forma, com uma tonalidade que nos parece familiar —, automaticamente aquela fala desperta em nós uma raiva imensa? Quantas vezes um jeito de olhar ou falar de um assunto difícil nos faz lembrar de uma mágoa de outras pessoas que refletimos no nosso hoje?
O perdão nos ressuscita
Quando nos concentramos apenas em determinados comportamentos negativos, criamos uma cadeia de correlações e, quase de modo automático, excluímos ou começamos a anular o outro na relação. Tudo começa a ficar complicado: ouvir, conviver, estar na mesma casa, olhar.
Essas situações podem ou não ser causadas pela relação em si ou por outras coisas vividas no passado com outras pessoas, ou com aquela pessoa, mas ambas podem estar recheadas de ressentimentos e culpas.
O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna
Uma citação do Padre Léo do livro “A cura do ressentimento”, e a achei bem pertinente: “O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema; é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é a cura do ressentimento. Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso colocar-se no lugar do outro e, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como ele está vendo e sentindo a situação”.
Em tudo isso, o perdão é algo que realmente nos ressuscita. Saímos do nada, de um pó, da amargura e do desagrado e damos um salto de vida em nossa vida.
Perdoar não é esquecer, e sim dar um novo sentido para aquilo que vivemos neste processo de encarar as situações e tomar a resolução de um novo tempo. Quando os ressentimentos tomam um excesso, haverá, certamente, pouco espaço para o amor.
Olhar para as falhas do outro deve permitir com que possamos também enxergar a nossa possibilidade de falhar. Que possamos estar abertos e disponíveis para o perdão que nos ressuscita!
“Aquele que perdoa uma ofensa, cobre a transgressão e demonstra amor; mas aquele que a joga no rosto separa os melhores amigos.” (Prov 17,9)
Um grande abraço!
Elaine Ribeiro