“O pão nosso de cada dia nos dai hoje”, uma passagem icônica que ecoa através dos séculos, proferida por Nosso Senhor Jesus Cristo. (cf Mt 6,11)
Esta passagem bíblica nos convida a refletir sobre a providência divina no tocante ao essencial. Qual é o significado intrínseco por trás dessas palavras? Podemos encontrar respostas sublimes que nos levam a questionar os limites entre o necessário e o supérfluo em nossas vidas.
Contemplando a dimensão espiritual
Ao meditar sobre essa perícope, parte do célebre Sermão da Montanha, somos confrontados com a necessidade de enxergar além do aspecto físico do pão, sendo conduzidos a contemplar a dimensão espiritual.
A providência divina, manifestada na concessão diária desse pão, desperta em nós a gratidão e a confiança inabalável na bondade do Criador. Ele nos encoraja a depositar nossa fé n’Aquele que cuida de nós, mesmo diante das adversidades. Portanto, não basta apenas pedir o pão, mas também buscar a comunhão com Ele.
Numa sociedade tão voltada para o consumo desenfreado, é saudável recordar que a essência do pão vai além do consumo carnal. Claro, não podemos desprezar o mantimento que nos permite manter nosso corpo, que é o templo do Espírito. Nesse cuidado, no acesso ao alimento diário, temos a manifestação da Providência Divina. Contudo, tão importante quanto o corpo é a nutrição da alma, cujo alimento é a esperança e o amor divino. Assim, clamamos ao Pai Celestial não apenas por satisfação do estômago, mas também pelo mantimento espiritual que nos fortalece em nosso caminhar diário.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Afinal, o pão nosso de cada dia nos dai hoje não é uma mera petição individualista, mas uma súplica coletiva que nos remete ao cuidado mútuo e ao compartilhar fraterno. Somos chamados a não só buscar nossa própria subsistência, mas também a contribuir para o bem-estar dos demais, tornando-nos agentes de solidariedade e amor.
Nesse ínterim, urge avaliarmos a maneira como temos interpretado e aplicado essa prece universal em nossa existência terrena. Será que temos nos perdido nos anseios irrefreados pelo supérfluo, relegando o essencial a segundo plano? Precisamos, agora, mais do que nunca, revisitar nossas prioridades e delinear uma nova perspectiva em relação às nossas necessidades.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje é, antes de tudo, uma expressão da necessidade do pão espiritual para nossas almas, porque Deus deseja nos dar aquilo de que necessitamos, na medida certa, ou seja a nossa própria salvação.
Seu irmão,
Jonatas Passos