Diante das nossas escolhas é preciso refletir. Quem caminha ao pôr do sol da vida terrena percebe que os passos são mais lentos e concentrados, e que já lhe faltam forças para prosseguir sem o amparo daqueles que ama e confia.
Os que já estão mais perto do sol a se pôr sabem que não terão mais a atenção plena dos que ama e confia. É que a vida está cada vez mais repleta de afazeres, ocupações e distrações.
E quem caminha para o entardecer da vida sem perder a fé e a razão não consegue evitar o marear dos olhos. Talvez por causa da saudade que já balanga feito rede na varanda das lembranças daquilo que um dia foi muito bom.
Talvez por não conseguir convencer os que ainda estão distantes do entardecer, que a pressa e as inúmeras ocupações nada vão representar ao se aproximar da linha do horizonte, onde o brilho do astro Rei é mais intenso e se tem a certeza de que só Ele é tão valioso e prazeroso.
Talvez por não ter o amor integral daqueles que foram tão caros, quando a sua viagem ainda estava na alvorada da vida. Onde era possível fazer qualquer esforço para ver as preciosas vidas de sua vida, simplesmente felizes e realizadas com pequenos sonhos que se evaporavam com o tempo.
Nossas escolhas
Ao observar quem caminha nos últimos raios do fim de tarde, sinto o apertar no peito, o embaçar dos olhos e o vaguear do pensamento a questionar: Por que é possível se encantar com tanta coisa que a manhã e o meio do dia ofereceram, e se esquecer de renovar o óleo que mantém acesa a lâmpada tão necessária na noite que se aproxima?
Lá do alto, dos troncos cruzados, quando ainda era possível ver os últimos raios do sol de sua vida terrena, um atento e precioso Filho pensou na Mãe e na luz para iluminar o final de tarde, que um dia também chegaria pra Ela. “Mãe, eis aí o teu filho!” (Jo 19, 26-27)
Se não for possível ser presença para aqueles que o ensinaram quase tudo de bom nesta vida, busque quem possa estar lá para você e, tentar fazer por você o impossível. Pois quando o sol se pôr para os que já estão lá pertinho do horizonte, vai ser a sua falta que será sentida na hora da despedida.
Diante da escolha, é preciso refletir. Deus abençoe nossas escolhas!
Wallace Andrade
Comunidade Canção Nova