A maturidade nas escolhas vocacionais é um convite para uma reflexão importante para nosso tempo. Escolher não é simplesmente decidir o que se quer: além da decisão, precisamos ter a consciência de tudo o que engloba uma decisão vocacional, seja ela qual for.
Uma decisão religiosa, por exemplo, passa por uma série de situações que precisamos aceitar e outras que precisamos rejeitar. Nessa balança daquilo que aceito ou não, que consigo ou não viver, que faz parte ou não das ofertas que eu queira fazer, há também a graça sobrenatural do chamado feito não apenas por uma vontade humana, mas por uma inspiração divina, por uma eleição que vai além de nossa vontade humana.
Mesmo assim, é importante observar tudo aquilo que uma vocação religiosa requer, do que tenho estrutura para viver ou não, fazendo o equilíbrio entre escolhas, habilidades e disposições. O mesmo podemos dizer na escolha afetiva, por exemplo, ao matrimônio.
Muitos fatores podem influenciar escolhas vocacionais em nossa vida. Dentre os fatores pessoais que podem influenciar diretamente esse passo, podem-se destacar as nossas características pessoais, nossas habilidades, nossa capacidade de aprender, nossa forma de ver o mundo e de vermos a nós mesmos, todos os valores e crenças que possuímos, os conceitos que previamente temos de uma vocação.
Maturidade nas escolhas vocacionais
Nesse sentido, você já parou para perceber como você avalia o matrimônio, a escolha religiosa, uma determinada profissão? O que pode ser um aspecto negativo ou positivo, quais as formas de dedicação que eu preciso ter?
Perdas e ganhos, alegrias e tristezas, sacrifícios e ofertas, satisfação pelo bem estar do outro, alegria na doação: todos esses termos revelam efetivamente a importância na maturidade emocional que sustentará as escolhas vocacionais feitas em nossa vida. Um exemplo bíblico é a oferta de Abraão: sua vocação exigiu que ele sacrificasse o que lhe era mais caro, num apelo de amor, entremeado a dores e tribulações, mas como uma entrega total. Somos capazes dessa entrega total?
Colher os frutos da entrega
O amor amadurecido é um pressuposto de toda vocação seja lá qual ela for. Eu, como psicóloga, tenho sacrifícios, entregas, desafios que me tiram do meu lugar comum. Na mesma proporção, vou colhendo frutos de cada entrega, dando sentido a tudo aquilo que vivemos.
Não existe vocação sem amor, sem dedicação, sem empenho, sem a maturidade de vivenciar tudo o que a vocação traz consigo. Aqui digo que todo tipo de vocação é uma vocação: você pode ser um excelente vendedor, motorista, padre, marido, cabeleireira, freira, celibatária, mas a essência sempre será o amor. “No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor” (IJo 4,18).
Que você possa refletir como as suas escolhas vocacionais têm sido conduzidas e tudo aquilo que você necessita retomar para uma vida com sentido.
Uma excelente semana!
Elaine Ribeiro, psicóloga