Maria se levantou e foi às pressas!
Maria não só se levantou, mas foi “às pressas” visitar sua prima Isabel. Ela agiu apressadamente! Não havia tempo a perder. “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel ”(Lc 1, 39-40).
Saindo de Nazaré, Maria chegou a “Ein Karem”, um importante bairro em Jerusalém, o local do encontro, local da graça. Hoje, o Santuário da Visitação é esse lugar especial.
A primeira parte desse versículo diz que Maria “se levantou”. Podemos traduzir por “ela saiu de si”: levantou-se da condição em que se encontrava após receber a visita do Arcanjo São Gabriel e dizer “sim” para ser Mãe do Salvador. Ela se levantou das suas preocupações de como se daria todas as coisas, de como José receberia a notícia da sua gravidez. Ela se levantou, saiu de si para servir. Levantar-se, sair de si, reerguer-se, seguir em frente são verbos, indicam ação. Maria é essa mulher pronta para agir.
Com ela aprendemos a nos levantar, sair de nós mesmos e deixar a graça atuar para cumprirmos a vontade de Deus.
Maria se levantou para servir!
E ainda, Maria não só se levantou, mas foi “às pressas” visitar Isabel. Ela agiu apressadamente! Não havia tempo a perder. Enfrentando os perigos e desafios do caminho, ela se levantou com rapidez. A rapidez com que ela decidiu visitar sua prima grávida denota o amor que ardia em seu coração, um amor cheio de benevolência, zelo, cuidado pelo outro. Havia pressa em servir, havia pressa em amar.
Quando não compreendemos as nossas circunstâncias, por mais que sejam vividas em Deus, precisamos, como Maria, deixar o amor transbordar em nosso coração, deixar o Espírito Santo, que é amor, nos impulsionar a agir com rapidez para o bem do outro, pela salvação das almas que o Senhor nos confia.
O poder da presença do Verbo
Quando Maria encontra Isabel, tocamos no Mistério: “Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.” ( Lc 1,41)
E ali, naquele lugar da Graça, o milagre aconteceu, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo! São Máximo confessor diz que, quando João Batista ouviu a voz do Verbo, a lâmpada da luz, o profeta da misericórdia admirou-se e, agitando-se no ventre, demonstrou uma espécie de homenagem e reverência ao Rei que havia de nascer.
O poder da presença do Verbo, a unção do Espírito tomou conta de tudo. Isabel ficou cheia do Espírito Santo, e Suas palavras foram proféticas. Maria foi tomada pela alegria do Espírito e cantou o Magnificat. Eu imagino que, nessa hora, o Pai sorriu. A Trindade estava ali.
A atitude de quem faz a vontade de Deus
A atitude de quem busca fazer a vontade de Deus, levantando-se e agindo apressadamente no amor, por amor e com amor, realmente gera milagres. Deixemo-nos conduzir pelo exemplo de Maria.
“E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc 1,42)
Aqui Isabel declara bendito o fruto do ventre de Nossa Senhora, pois a Sua Substância foi gerada nas entranhas da Virgem Maria por obra do Espírito Santo. O fruto bendito, o próprio Cristo.
Quando Maria visita Isabel, fica na sua casa por três meses; e quando ela nos visita, não fica apenas três meses, mas permanece conosco, sustenta-nos, auxilia e ampara.
Abra as portas do seu coração e receba a Mãe de Jesus como sua Mãe e intercessora!
Gilmara Lira Macário
Comunidade Canção Nova