Para sermos fortes na batalha, referimo-nos à vida quotidiana como uma luta. Em determinados dias, ao nos referirmos ao trabalho, dizemos: vou para guerra! Ou, hoje foi uma batalha! E é. Sim, a vida é uma batalha e devemos lutar incessantemente para chegarmos ao céu! É uma luta de longo percurso.
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Devemos buscar a santidade e, como prêmio desta busca, a vida eterna na companhia de Deus, seus anjos e santos.
Fortes na batalha
Este percurso tem alguns perigos bem evidentes e, por vezes, completamente ignorados:
A luta não é contra nossos irmãos (Ef 6,12), mas contra os demônios que procuram utilizar-se de coisas, pessoas e circunstâncias para nos perder. O monge do deserto conhecido como Evágrio Pôntico (do Ponto), do séc. IV, já alertava: a ira deve ser utilizada contra os demônios, nunca é legítima contra nossos irmãos.
Essa luta é quase que 100% uma batalha que se dá no nosso interior. Nossa alma se debate entre boas inspirações de nosso anjo da guarda, dos santos que nos socorrem e do próprio Espírito Santo e das tentações, péssimas sugestões e manipulações dos demônios.
E fica um aviso: se você acha que estou falando de psicologia, você ainda não consegue diferenciar o que são suas ideias, seu intelecto, suas fantasias e o que é verdadeiramente sua alma imortal. Assim, você está como um cego em meio a um tiroteio.
As duas atitudes fundamentais
No meio de tão grandes interferências, duas coisas são fundamentais: por um lado, viver em estado de graça, confessando-se com frequência e buscando a Eucaristia e demais Sacramentos. Simplificando: isso para ficar bem evidente de que lado você está nessa batalha, onde não existe “neutralidade” ou “em cima do muro”.
Por outro lado, buscar viver e fortalecer as virtudes. Afinal, se é difícil levantar os olhos deste mundo material para o mundo espiritual que o abarca e o envolve, essa materialidade e corporalidade é um dos principais acessos do Inimigo contra nós, e precisam estar bem protegidas e guardadas.
Tudo isso não é para aumentar seus “conhecimentos teológicos”, mas para responder a algumas perguntas que você ainda se faz: para que estou aqui? Qual a finalidade da minha vida? Como devo percorrer esta estrada?
Não são perguntas simples, e é óbvio que não lhe dei todas as respostas, existe um grau de personalização nestas respostas que não consigo ajudá-lo, e ainda estou correndo para responder também na minha existência.
Mas esses pontos são um bom começo, não são?
Seu irmão,
Flávio Crepaldi