Fidelidade e constância é o maior exercício que temos frente a tudo o que vivemos em nossa vida. A palavra fidelidade, do latim fidelitas, identifica aquele que conserva, que preserva, que mantém, que traz continuidade ou referência. Lembra ainda aquele que se mantém constante.
Mas não basta ser fiel e constante: é necessário que possamos pensar ao que, exatamente, somos fiéis. De nada vale a fidelidade e constância àquilo que é incorreto. Logo, sabemos que a fidelidade está diretamente relacionada ao valor moral, ao que é correto, ao que gera valor.
Fidelidade e constância envolvem-se diretamente com a crença em relação a algo ou alguém estimado e fiel àquilo com que estejamos convencidos da validade, do valor.
A fidelidade gera em nós o desejo pela continuidade
A fidelidade pressupõe presença e constância, e também gera em nós o desejo pela continuidade. Vamos refletir: é possível ser fiel a alguém em relação a quem avalia estável e há mudança no dia seguinte? Alguém que muda de opinião constantemente, alguém que não se compromete, alguém com quem não se tem reciprocidade?
Aqui, notamos que, além da constância, precisamos também do comprometimento e da reciprocidade, do cuidado, do zelo, do empenho do nosso tempo, da nossa energia e nossa disposição. Cabe aqui avaliar o quanto precisamos refletir sobre relacionamentos voláteis e instáveis, onde, a qualquer sinal do vento, abandonamos o barco, porque “não quero me comprometer, não quero manter a fidelidade”.
Fidelidade e constância
Ao ser constante e fiel, sou livre. E, sendo livre, escolho, de forma consciente, não abandonar valores que são considerados caros para mim. Não se trata apenas de uma obediência aos papéis de autoridade, mas de uma ação decorrente de livre escolha, tudo isso coordenado com valores que são importantes e essenciais.
E aqui não falo apenas da fidelidade amorosa, mas sim da fidelidade ao que acredito, ao que me proponho a ser, àquilo que faz parte do conjunto de aspectos essenciais para a minha vida e a vida daqueles que amo.
Que possamos ser fiéis e constantes àquilo que nos é valoroso, ao que é virtuoso e nos encaminha ao bem.
“Disse-lhe seu senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com teu senhor’.” (Mt 25,23)
Um abraço fraterno!
Elaine Ribeiro, psicóloga
Instagram: @elaineribeiro_psicologa