A fé que opera pela caridade

“Estar circuncidado ou incircunciso de nada vale em Cristo Jesus, mas sim a fé que opera pela caridade” (Gl 5,6). São Paulo nos aponta a superioridade da fé em Cristo na obra da salvação; ante o papel salvífico atribuído pelos seus adversários à circuncisão e à observância da Lei mosaica.

Caridade 28/07

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Para Paulo, a fé em Cristo opera a verdadeira circuncisão, que é a do coração

“A Lei antiga, embora prescrevesse a caridade, não dava o Espírito Santo, pelo qual ‘a caridade se difunde nos nossos corações’” (Rm 5, 5). [Ao contrário], “A Lei nova é a graça do Espírito Santo, dada aos fiéis pela fé em Cristo. Opera pela caridade e serve-se do sermão do Senhor para nos ensinar o que se deve fazer, e dos sacramentos para nos comunicar a graça de o fazer”, ensina o Catecismo (Idem, n. 1964-1966. Grifo Nosso).

As virtudes são outro caminho de observância da Lei de Cristo, elas “dimanam da fé em Cristo e são animadas pela caridade, principal dom do Espírito Santo” (Idem, n. 1971). Agostinho diz que: Deus é honrado pela fé, esperança e caridade. Com efeito, as virtudes infusas são essenciais no itinerário dos que buscam a santidade e tem como meta a felicidade eterna.

Talvez você se pergunte: como a “fé opera pela caridade” de fato?

Para compreender, é necessário entender que, nas virtudes, há dois movimentos, um da parte de Deus e outro da parte do homem. A virtude da caridade consiste em amar a Deus por aquilo que Ele é em si mesmo. Entretanto, antes, é Deus quem infunde, nos corações, as virtudes da fé, da esperança e da caridade, isto é, derrama seu Espírito de amor tornando-os semelhante a Ele, capazes de amar a Ele e os outros como Ele nos amou.

A virtude da esperança, por sua vez, está apoiada nas virtudes fé e da caridade. Ela nos faz suportar os desafios da vida, como sempre nos animou Padre Jonas Abib [fundador da Canção Nova], dizendo: “Aguenta firme, meu filho!”, pois a esperança depositada em Jesus Cristo “não nos decepciona” (cf. Rom 5,5). Por meio dela, confiamos que em tudo que somos e agimos estamos apoiados, não nas nossas forças, mas no socorro do Espírito Santo.

Caro irmão, especialmente nesse ano jubilar, peçamos ao Espírito Santo uma nova efusão para bem vivermos as virtudes, a fim de darmos um autêntico testemunho de peregrinos de esperança e de fé que opera pela caridade.

De sua irmã em Cristo,
Rosa Cruvinel

 

Rosa Maria Dilelli Cruvinel