A dor de Maria Santíssima

“E sua mãe disse-lhe: ‘Meu filho, que nos fizestes? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição’” (Lc 48b).

Nessas palavras, Maria não estava censurando Jesus, mas revelando a profunda dor que sentiu pela ausência do Seu Filho Amado, segundo Santo Afonso Maria de Ligório. Essa foi uma dor intensa pela qual ela passou.

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Lágrimas de Mãe

Certamente, Maria chorou a ausência do Seu Filho; lágrimas derramadas ou lágrimas guardadas, ela derramou sua dor diante do Pai.

Também nós podemos, com Maria, derramar o nosso coração diante de Deus, derramar as nossas dores, apresentando a Ele nossas circunstâncias.

Na Escola da Mãe das Dores, aprendemos a lidar com a dor

Mergulhando nas dores de Maria, encontramos Sua compaixão materna. Aprendamos com ela a sofrer as nossas dores com a confiança infinita no amor do Pai, que nos sustenta em nossa dor, dando-nos suporte para permanecermos em pé quando tocamos nas ausências daqueles que amamos, ou seja, sofrimentos de pai, de mãe, de irmãos, familiares, amigos que se preocupam com quem está perto dos olhos, mas distante do afeto, do convívio. Sofrimentos também de quem está longe fisicamente, quando desejaria estar perto. Sofrimentos de quem perdeu entes queridos, sofrimentos de dores e perdas, sofrimentos psíquicos e emocionais.

Rezando com Santo Afonso Maria de Ligório

Somos nós que devemos procurar o Filho, buscá-Lo para tê-Lo sempre presente em nossa alma.

Rezemos com Santo Afonso, procurando aproximar o nosso coração do Filho, procurando encontrá-Lo dentro de nós mesmos, através desse bálsamo do amor da Mãe das Dores:

“Ó, Virgem bendita, por que assim vos afligis, buscando o vosso Filho, como se não soubésseis onde ele está? Não vos recordais que está em vosso coração? Não sabeis que ele se compraz entre os lírios? Vós mesma o dissestes: ‘O meu amado é para mim e eu sou para ele, que se apascenta entre as açucenas’” (Ct 2,16).

Vossos pensamentos e afetos, tão humildes, tão puros, tão santos, são outros lírios que convidam o Divino Esposo a habitar em vós. Ah! Maria, vós suspirais por Jesus, vós que não amais senão a Jesus! Eu é que devo suspirar, eu e tantos pecadores que o não amamos, e o temos perdido por nossas ofensas. Minha Mãe amabilíssima, se por minha culpa vosso Filho ainda não tornou à minha alma, fazei que eu o ache de novo. Bem sei que ele se faz achar por quem o busca. Mas fazei que eu o procure como devo. Vós sois a porta pela qual se chega a Jesus, fazei que também eu chegue a ele por meio de vós. Amém.

 

Gilmara Macario Lira