Você se sente perdido, sem direção? Precisa de ajuda ou de direção para encontrar o caminho pensado por Deus para você? Em momentos assim, procuramos sinalizações, semelhantes às de trânsito, indicando o trajeto para o nosso destino. Agora, vale um outro questionamento: qual é a direção da sua alma?
Todos nós temos o que há de mais íntimo, particular, de maior valor e o que nos faz ser imagem de Deus: a alma! O termo “alma” significa o princípio espiritual no homem (cf. CIC 363). Todos nós, pessoas humanas, somos, ao mesmo tempo, corporal e espiritual. Da mesma forma que temos os devidos cuidados com o corpo, como ir ao médico, fazer exercício físico, ter uma boa alimentação, descansar etc., a alma necessita também dos devidos cuidados, porém, espirituais.
Santo Agostinho, doutor da Igreja, uma vez interpelado sobre a grandeza da alma, foi perguntado a ele se a medida que o homem cresce também cresce a alma. Ele respondeu que sua grandeza não está na extensão, do contrário haveria almas maiores e outras menores, conforme os limites do corpo. E, mais uma vez questionado sobre a grandeza da alma, uma vez que não é acrescida pela extensão do corpo, perguntaram se seria, então, pelo tempo. O santo respondeu que o avançar do tempo não faz com que uma alma seja grandiosa, pois vê-se pessoas mais jovens com mais avanço espiritual do que outras mais velhas.
A idade não significa maturidade espiritual. Desta vez, sendo interrogado como seria o crescimento da alma, Santo Agostinho respondeu que a direção da alma, o caminho que Deus nos indica à suprema Causa, ou supremo Autor, ou supremo Princípio de todas as coisas, é para chegarmos pela Virtude.
Virtudes, direção para a alma
Um atleta fortifica seus músculos, seu condicionamento físico para alcançar a meta (cf. 1 Cor 9, 25). A alma precisa ser fortificada pelas virtudes. A direção da alma é dada na vivência das virtudes rumo ao seu Criador.
Na liturgia de hoje, temos a memória de um grande santo e doutor da Igreja, São Francisco de Sales, que trilhou o caminho da virtude em sua vida e alcançou a glória. Homem de temperamento explosivo, porém, soube aprender de Cristo a mansidão e a humildade de coração. Uma vez questionado pelo excesso de gentileza, o santo respondeu: “Pegarás mais moscas com uma colher cheia de mel do que com cem barris de vinagre”.
São Francisco de Sales não somente dirigiu a sua alma à verdadeira devoção como também a muitas outras, por meio de sua obra Filoteia. Em suas palavras: “Acredita-me, caríssima Filoteia, a devoção é a doçura das doçuras e a rainha das virtudes, porque é a perfeita caridade. Se a caridade é como leite, a devoção é a nata; se é uma planta, a devoção é a sua flor; se é uma pedra preciosa, a devoção é o seu brilho. A devoção nada vicia nem adultera quando é verdadeira: pelo contrário, tudo aperfeiçoa”.
Seu irmão,
Thiago Teodoro
Comunidade Canção Nova