Todos nós temos aquilo que chamamos de deveres difíceis: aquela conversa complicada, a dedicação a um exercício físico, um trabalho exigente, aquele cliente complicado, aquele trabalho doméstico que não nos agrada. Bem, eu poderia fazer uma lista de deveres difíceis que variam de pessoa para pessoa.
Créditos: Morakot Kawinchan / GettyImagens
Porém, refletindo um pouco mais sob a óptica de São Josemaria Escrivá, ele nos mostra que sempre teremos obstáculos, mas alguns nós mesmos criamos por comodismo ou covardia (Sulco n.505). Ao mesmo tempo, reforça: “Cresce perante os obstáculos. – A graça do Senhor não te há de faltar” (Caminho, n. 12).
O que nos parece difícil, assim o é, porque pode nos pedir mais empenho, dedicação, tempo. E quando falamos em tempo, vivendo numa época de tantos estímulos tecnológicos que nos tiram o foco, é necessário administrar o uso do tempo com qualidade e na quantidade necessária. É muito bom socializar e conviver, mas, por horas, preciso de mais concentração e de reservar-me um pouco mais, por exemplo. Somos chamados a uma dedicação maior aos deveres difíceis para nós. Digo para nós, porque pode ser para mim e não para você.
Será que os deveres difíceis não são mais complicados para você, pois exigem maior empenho e sacrifício? Será que sua tolerância ao sacrifício e doação não tem sido limitada por você ou ainda tem se limitado pela preguiça e comodismo?
Deveres difíceis
Muitas vezes, dizemos não aos deveres difíceis porque nos limitamos a não querer mexer com aquilo. Existem habilidades não desenvolvidas, porque nunca foram colocadas em prática, treinadas ou ainda capacitadas.
Dizer não sei, não entendo, não consigo, pode ser um primeiro bloqueio para o que nos parece difícil, mas uma riqueza quando nos dispomos a aprender, desafiamos nossas habilidades e crescemos em nossas capacidades.
Monsenhor Jonas, em suas pregações, sempre nos lembrava que não devemos enterrar nossos talentos. Com amor, boa vontade e disposição vamos além da nossa vontade, caminhando para além das necessidades ou daquilo que nos é conveniente ou cômodo.
E ainda lembrando Escrivá, temos que ‘tudo o que se faz por Amor adquire formosura e se engrandece’ (Caminho, n. 429); quem nunca sentiu-se feliz por ter superado dificuldades e limitações? Quem nunca se reconheceu acomodado por evitar obstáculos e novos aprendizados? Esse pode ser um novo caminho para você.
A cada dia, podemos nos desafiar nos deveres difíceis em prol do outro, da nossa santificação, da via das pequenas coisas, mas das superações que nos permitem trilhar um caminho novo.
“Servi com dedicação, como servos do Senhor e não dos homens.” (Ef 6,7)
Um abraço fraterno,
Elaine Ribeiro, psicóloga
@elaineribeiro_psicologa
