A fé na ressurreição do corpo no Juízo universal está associada à Parusia de Cristo, a esperança da vinda gloriosa do Senhor no final dos tempos. A Igreja, no final do Símbolo dos Apóstolos, na oração do Credo, faz sua profissão de fé: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. Essa esperança escatológica da Igreja revela a altíssima dignidade do homem; criado à imagem e semelhança de Deus com destino à imortalidade.

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A ressurreição da carne é um Dogma de fé que só pode ser entendido a partir da graça do Espírito Santo. Na ressurreição do corpo de Jesus: “o primogênito entre uma multidão de irmãos” (Rm 8,29) se fundamenta a fé na ressurreição de todos os homens, vivos e mortos, justos e pecadores.
Mas que tipo de corpo existirá após a ressurreição?
As Sagradas Escrituras dão testemunho de que Cristo ressuscitou com o seu próprio corpo: “Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo” (Lc 24, 39), mas não retornou a uma vida terrena. De igual modo, em Cristo: “todos ressuscitarão com o seu próprio corpo, com o corpo que agora têm”, mas esse corpo será “transformado em corpo glorioso” (cf. Fl 3,21) em “corpo espiritual” (1 Cor 15, 44), explica o Catecismo (CIC,999).
“No dia do Juízo, todos os homens hão de comparecer com o seu próprio corpo perante o tribunal de Cristo, para prestar contas dos seus próprios atos (…). Os que fizeram o bem, para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal, para a ressurreição de condenação” (João 5, 28-29), assim crê a santa Igreja Romana (CIC, 1059, 1038).
À espera desse dia glorioso da ressurreição final, o corpo e a alma do crente já compartilham a dignidade de ser “em Cristo”, partícipes da vida celeste. Daí resulta a exigência do respeito para com o próprio corpo e também para com o corpo de outrem.
Assim exorta o Catecismo no número 1004:
“O corpo […] é para o Senhor. E o Senhor é para o corpo. E Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos há-de ressuscitar a nós pelo seu poder. Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? […] Não sabeis que não pertenceis a vós próprios? […]. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1 Cor 6, 13-15. 19-20).
Caro leitor, professemos nossa fé e a esperança na ressurreição dos corpos, assim como Jó (19, 25-27) dizendo: “Eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará (…). Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão”.
De sua irmã em Cristo
Rosa Cruvinel