Corpus Christi: Sob o olhar de uma criança

Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi.

Créditos: Ettore Chiereguini by Getty Images

Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue para a vida da Igreja, além disso, também significa nos comprometermos com a missão de levar esta boa-nova para todas as pessoas.

A procissão de Corpus Christi lembra da caminhada do povo de Deus em busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com o maná no deserto. Com a instituição da Eucaristia, o povo é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.

Os tapetes de Corpus Christi constituem uma espécie de homenagem à simbologia do sacramento da Eucaristia. Logo, diversos ícones que fazem ligação com o tema – como o cálice, a hóstia, o pão, o vinho e a figura de Nossa Senhora – são representados nas imagens pintadas.

Essa maravilhosa catequese sobre Corpus Christi, eu só fui entender depois de grande, mas o que aqui desejo destacar é o meu olhar de criança, que mesmo não compreendendo tamanha grandeza, em seu pequeno, puro, simples e sincero coração, nutria um amor e grande devoção a essa solenidade.

Eu me lembro dos tapetes sendo confeccionados às vésperas dessa grande festa, aqueles materiais de todos os tipos, cores e tamanhos que iam se misturando e assim revelando as mais lindas formas.

No dia tão esperado, após a missa, o padre, com o ostensório e sob o Pálio (aquela espécie de tenda com quatro varais), acompanhado de tantos outros materiais litúrgicos que eu não entendida na época, saía caminhando sobre aquele tapete, seguido por uma multidão de pessoas que cantavam maravilhosas canções que remetiam à festa de Corpus Christi. 

Uma  criança que não entendia nada do significado litúrgico, mas, por meio das imagens e símbolos, sabia, em seu coração, que era um Rei que por ali caminhava. Minha pequena alma se alegrava; e nada no mundo podia se comparar àquele momento.

Hoje, lembrando-me disso, em meu coração, brota o desejo de viver esse Corpus Christi com o mesmo olhar de quando era criança, e assim convidar Aquele que se deu em Corpo e Sangue para nos alimentar e também conservar em mim esse coração de criança que O ama e não tem necessidade de mais nada que não seja o Corpus Christi. 

 

Deus o abençoe!
Marcelo Moraes

Marcelo de Moraes