A verdadeira caridade para com o próximo exige a compreensão. “Mais do que “dar”, a caridade está em “compreender”, explica São Josemaria Escrivá (Caminho, n. 463). Com essas breves palavras, o Santo traduz a palavra de Cristo que diz: “Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á” (Lc 6,36-38).
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Crédito: AlexRaths / GettyImages
A compreensão manifesta no perdão dado ao outro
É a atitude “nova” para a qual o Espírito Santo nos quer conduzir, explica Monsenhor Jonas Abib. De fato, é Espírito que nos capacita a ter compreensão, a ter um olhar positivo sobre a pessoa, “uma abertura e acolhimento daquilo que ela é, do que Deus nela fez e das qualidades que Deus mesmo nela imprimiu”, ensina o Padre (Nossos Documentos, n. 245).
A compreensão é uma virtude anexa à virtude da caridade. Testemunha disso é o hino à caridade do Apóstolo Paulo: “A caridade não é invejosa, tudo compreende, “tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Cor 13,4-7). Não podemos ser juízes uns dos outros, mas, movidos pela caridade divina, verdadeiramente somos ministros da reconciliação com Deus, da redenção conquistada por Cristo.
Com infinita compreensão e paciência, somos chamados a libertar os outros pelo perdão
Eis nosso modelo, o coração bondoso e compassivo de Jesus que tudo perdoa (Cf. Lc 23,34). Com efeito, “está em nossas mãos – está nas mãos da nossa caridade – desamarrar-lhes esses grilhões (…). Não deixar ninguém de lado rotulando-o como impossível, antes dar-lhe a mão, ajudá-lo incansavelmente”, nos fala o Padre Francisco Faus, 2017.
A compreensão no sofrimento é como em nenhuma outra ocasião, um grande ato de caridade, diz o Papa Francisco. Quantos de nós já experimentamos o consolo que traz o rosto compreensivo e atencioso de um médico, um cônjuge, um filho, de um grande amigo, de alguém próximo. “Todos são raios de luz que é preciso valorizar” e que, em meio à escuridão das provações, dão força e o verdadeiro sabor da vida, afirma Francisco na Mensagem para o XXXIII Dia Mundial do Enfermo, que será celebrado em 11 de fevereiro de 2025.
Queridos irmãos, a exemplo de Cristo, sejamos “anjos de esperança” para todos que precisam de compreensão repleta de caridade divina.
De sua irmã em Cristo,
Rosa Cruvinel