Como está a sua comunicação?

Dificuldade de comunicação

Iniciamos nossa reflexão de hoje com essa passagem bastante significativa: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Provérbios 15:1). Sua forma de comunicação tem despertado a ira, desviado o furor ou promove o bom relacionamento com o outro? A comunicação é um tema que sempre aparece quando atendo pessoas e vou ouvindo as situações da vida delas. Não são incomuns afirmações sobre a dificuldade de comunicação na família, com filhos, no casal, no trabalho, com os amigos.

Ame seu irmão

Créditos: by Getty Images / Pollyana Ventura

Ouvir é uma arte, pois este ato passa pela necessidade de nos liberarmos de julgamentos

Como assim? Muitas vezes, ouvimos já pensando na melhor resposta a dar, nas justificativas, na nossa defesa. E, nesse momento, você parou de se comunicar. Sim, parou, porque colocou travas em seus ouvidos e já não percebeu integralmente o que o outro disse.

Uma palavra que não foi bem colocada, uma dificuldade de expressão, um ‘não’ que deveria ser ‘sim’, um ‘sim’ que deveria ser ‘não’… São muitas as formas de comunicar que podem favorecer ou não o relacionamento com o outro. Tais travas, limites ou bloqueios, digamos assim, são o começo de uma comunicação não assertiva. Por assertividade, entendemos a forma direta, educada e eficaz de nos comunicarmos com o outro.

Uma pessoa assertiva é aquela que consegue expressar sentimentos e opiniões, que justifica e explica sem agredir, de forma honesta com si mesma, levando em consideração o outro. Se essa comunicação é assertiva, as chances de um relacionamento saudável ser estabelecido entre as duas partes ou num grupo é cada vez maior.

Esse versículo convida ao exercício diário da pausa antes de reagir

Em psicologia, essa pausa é chamada de espaço entre estímulo e resposta, onde reside nossa liberdade de escolha. Responder com brandura exige consciência do que sentimos, da mensagem que queremos transmitir e da responsabilidade sobre o impacto de nossas palavras. Não significa concordar com injustiças ou aceitar desrespeito, mas escolher a melhor maneira de agir sem perder a serenidade e o autocontrole.

E ao pensarmos em como temos comunicado, cabe ainda colocar-se no lugar do outro: “Eu gostaria de ouvir o que estou dizendo para o outro? Se eu ouvisse isso, como me sentiria?”. Esse pequeno e simples exercício nos levaria a uma compreensão muito mais clara das situações que vivenciamos e das dificuldades que temos na comunicação. Se, por um lado, a comunicação assertiva cria pontes e facilita os relacionamentos, a comunicação agressiva ou passiva impede que tenhamos qualidade mais expressiva neles, e a agressividade, infelizmente, tem se propagado pelas redes sociais e pelos relacionamentos.

Ouvir e respeitar a diferença do outro se torna, cada vez mais, um desafio no relacionamento. Mas é a partir da observação que fazemos das nossas atitudes, conhecendo-nos, é que podemos crescer na comunicação e no retorno que damos ao outro, e também em nossas práticas cristãs.

Um abraço fraterno!
Elaine Ribeiro
Instagram: @elaineribeiro_psicologa

Elaine Ribeiro dos Santos