Ao vivermos a Quaresma, devemos observar se nossos gestos levam à prática da caridade ou vaidade. O apelo à caridade e esmola se faz, não apenas neste tempo, mas devemos aplicá-las no dia a dia.
Sem caridade, uma obra exterior em nada se aproveita (cf. 1Cor 13,3). Tudo o que se faz, porém, pela caridade, por pequeno e até desprezível que seja, é completamente frutuoso, pois Deus considera mais a motivação com que age alguém do que a quantidade de coisas que faz.
Faça tudo com amor
Faça, mas faça bem e com amor. Faça para servir ao outro e não para servir aos seus desejos e vaidades.
A caridade disfarçada, muitas vezes, nada mais é do que nossos gritos de vaidade desejando retribuição, reconhecimento, afeição. Esse é um ponto interessante, pois diz que necessitamos reconhecer ainda mais o que estamos sentindo e até mesmo eventuais frustrações, uma vez que o real sentido de caridade é o de uma virtude teologal que conduz ao amor a Deus e ao nosso semelhante, e que, em tudo o que for feito, se realize a glória de Deus (cf. 1Cor 13,5).
Não quero com essa reflexão desencorajá-lo à caridade: muito pelo contrário! Sim, desejo que você não se frustre quando aquele gesto, a princípio tão generoso do seu coração, nem seja percebido e lhe gere um desapontamento imenso.
Caridade ou vaidade
Lembre-se: o amor é propulsor do nosso empenho e dedicação, move nossas necessidades, aplica nossa vontade e nossa decisão. E a caridade preenchida por vaidade acaba tornando-se, com uma forte palavra, até mesmo um oportunismo.
Ao viver assim, você não terá aplausos, luzes ou destaque, mas viverá especialmente a mística do fazer bem sem ver a quem ou ainda vivendo as maiores recompensas que a humildade e o escondimento poderão lhe oferecer.
Que a disponibilidade do seu coração o leve a fazer grandes e únicas experiências de caridade e amor ao próximo, sendo você o próprio Cristo na vida do outro.
Um abraço fraterno!
Elaine Ribeiro