Todos nós sabemos que a fome e a sede são necessidades básicas, pois dizem respeito à sobrevivência, e que isso não é uma vontade abstrata, mas sim uma necessidade fundamental e cotidiana.
O que realmente significa ter fome e sede de justiça?
Aqui, não nos referimos àqueles que anseiam por revanche, por vingança, mas tratamos sobre a importância da mansidão. É inegável que as injustiças afetam a humanidade; há uma necessidade premente de equidade, verdade e justiça social na nossa sociedade. É importante lembrar que as aflições que homens e mulheres enfrentam pelo mundo tocam profundamente o coração de Deus Pai. Quem, senão Ele, não se importaria com a dor de seus filhos?
As Sagradas Escrituras mencionam o sofrimento dos necessitados e dos oprimidos, que Deus reconhece e vive ao lado deles. Em diversas passagens bíblicas, especialmente no Antigo Testamento, Deus veio ao encontro de seu povo para oferecer libertação. Contudo, a anseio por justiça que o Senhor expressa é ainda mais intenso do que a justa busca por equidade que reside no coração de cada ser humano.
Só seremos saciados pela presença de Deus!
Encontramos, nas Sagradas Escrituras, uma sede mais profunda que aquela física, do que o anseio por justiça. A sede que encontramos na palavra, é a sede do encontro, de agradar a Deus, de caminhar em sua presença, como nos diz o Salmista:
“Ó Deus, vós sois o meu Deus, com ardor vos procuro. Minha alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anela como a terra árida e sequiosa, sem água” (Sal 62, 2).
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
Dentro de cada coração, mesmo na alma mais corrompida e distante de Deus, existe um desejo latente por luz, que fica escondido, perdido em meio às mentiras e falhas da nossa pobre humanidade. Contudo, sempre há um anseio pela verdade e pelo bem, que representa o desejo divino.
Santo Agostinho diz: “Nos fizeste para ti, Senhor, e o nosso coração não encontra paz até quando não repouse em ti” Cada um de nós trazemos uma fome e sede interior, um desejo profundo de sermos felizes, saciados.
Que possamos ser pessoas justas, corretas em nosso convívio na sociedade, mais que busquemos de todo coração nos entregar ao Senhor, em uma vida de intimidade com ele, pois só assim seremos saciados da nossa fome que é o desejo de conhecer a Deus, e da justiça, que é viver na presença daquele a quem pertencemos.