A autenticidade do cristão é, infelizmente, um adjetivo cada vez menos valorizado, parecer e não ser é o que se espera na cultura midiática, ou seja, na determinada visão do mundo em que vivemos. Mas qual o preço disso? É sentir-se uma fraude de si mesmo.
Sociedade de aparências
A sociedade exalta inteligências artificiais que emulam habilmente capacidades humanas como a escrita e as artes, e não há mal na existência de tais ferramentas, mas talvez o febril frenesi que estes causem demonstra um problema crônico. Este problema é a desvalorização do autêntico, do genuíno e do humano.
A marca indelével do nosso tempo é o apego pela aparência, um sentimento hedonista povoa o coração das turbas que movem as mídias sociais, onde ser o alvo da cobiça e da inveja alheia é o almejado prêmio. Contudo, isso esconde o quão medíocres nos tornamos a respeito da substância do ser, humanos esvaziados, condicionando suas vidas a parecer ser e não ser de fato.
“Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade.” Ef 4,22-24
A autenticidade do cristão
Quanto temos sacrificado quem somos para nos sentirmos parte da maioria? Quanto temos aberto mão dos valores que professamos em nossa prática para não nos sentirmos chatos e “desencaixados”?
É uma reflexão importante, pois cada minuto que você deixa de viver com autenticidade de cristão, está perdendo a oportunidade de viver segundo o bom testemunho.
O Evangelho nos convida a sermos cristãos em todos os momentos e aspectos de nossa vida. Contudo, é importante salientar que viver valores cristãos é muito mais desafiador do que simpatizar-se com eles ou mesmo parecer obedecer-lhes, é pautar suas decisões pelo exemplo perfeito que é Cristo. São Jerônimo exorta neste sentido que “ser cristão e não apenas aparentar sê-lo é o mais importante”.
Assim, a autenticidade no viver o Evangelho é o caminho do cristão autêntico
A autenticidade deve, portanto, ser um valor que devemos esmerar em nossa vida, cultivado com a prática do viver diário, pois o maior sentido de ser cristão é imitar seu Salvador.
Caso contrário, perdemos nosso tempo, como exorta São Cipriano: “Revestir-se do nome de Cristo e não andar no Seu caminho é zombaria do nome divino e uma deserção do caminho da salvação”.
Corramos ao encontro do Senhor!
Seu irmão,
Jonatas Passos