Amarás o teu próximo como a ti mesmo!

Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Gálatas 5,14). Quanta beleza contida não apenas do ponto de vista espiritual, mas para uma experiência de vida. A centralidade do amor na vida cristã é o fundamento difundido por Paulo nessa passagem.

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Quando Paulo afirma que toda a Lei se resume em amar o próximo como a si mesmo, ele nos ensina que o amor não é apenas um sentimento, mas uma decisão concreta que orienta nossa vida. E como um chamado à ação é um convite a mudar pela prática da compaixão, um convite à transformação do olhar que temos sobre nós e sobre o outro. É a saída de um olhar egoísta para uma prática altruísta de cuidado e consideração pelo outro.

Paulo nos lembra que amar o próximo como a si mesmo implica em reconhecer nosso valor

Amar a si mesmo de forma saudável não é alimentar orgulho ou egoísmo, mas cultivar o cuidado interior, a compaixão consigo, o perdão por falhas passadas e a decisão de crescer. Esse equilíbrio gera autoestima verdadeira, que não depende de comparações.

Na psicologia, aprendemos que amar o outro sem amar a si mesmo pode gerar relações desequilibradas, marcadas por dependência, medo de rejeição ou autonegação. Mas amar a si mesmo sem amar o outro se torna narcisismo, fechamento e solidão.

Santo Agostinho nos ensina que o amor verdadeiro nos liberta

Deixa de ser obrigação e se torna a expressão mais autêntica de quem somos. Quando amamos de verdade, não precisamos controlar tudo, pois confiamos que nossas atitudes serão boas, pois brotam de um coração cheio de Deus. Quando amamos com verdade, não criamos dependência, doença, fragilidade ou desprezo. Amamos valorizando, encontrando, respeitando, perdoando. Amamos a partir do amor que temos a nós mesmos, reconhecendo a face do amor no outro de forma livre.

Que possamos viver a sabedoria de Agostinho, fazendo do amor não apenas uma ideia, mas o caminho que guia nossas escolhas, cura nossas feridas e nos faz viver em paz com Deus, conosco e com o próximo. Esse é um convite a unir fé e saúde mental: cultivar amor próprio como um ato de gratidão a Deus pela vida que Ele nos deu, e cultivar amor ao próximo como expressão concreta da presença d’Ele em nós. É este equilíbrio que gera paz interior, propósito e alegria verdadeira.

Um abraço fraterno!
Elaine Ribeiro

Elaine Ribeiro dos Santos