A caridade é verdade

Um princípio fundamental da bondade genuína e do altruísmo é pensarmos que a caridade é verdade, pois, mais do que ser para o outro de forma disponível e atenta, a caridade se faz na capacidade que temos de defender a verdade e sermos verdadeiros com o outro.

A caridade é verdade

Créditos: FG Trade / GettyImagens

Agir com caridade e verdade

Em uma de suas homilias, o Papa Francisco destaca, com clareza, a importância do agir com caridade e verdade: “Quanto mais se amplia a responsabilidade no serviço à Igreja, tanto mais se deve ampliar o coração, dilatando-se de acordo com a medida do coração de Cristo.

A magnanimidade é, em certo sentido, sinônimo de catolicidade: é saber amar sem limites, mas ao mesmo tempo fiéis às situações particulares e com gestos concretos. Amar o que é grande, sem negligenciar o que é pequeno; amar as coisas pequenas no horizonte das grandes, porque «non coerceri a maximo, contineri tamen a minimo divinum est». Saber amar com gestos benévolos.

A benevolência é a intenção firme e constante de querer o bem sempre e para todos, incluindo aqueles que não nos amam.”

Em seu núcleo, a caridade é a expressão de compaixão e solidariedade, de apoio material e emocional, mas também da expressão da verdade em ajudar o outro, a partir da expressão que vai contra o que é errado e buscar formas de corrigir essas injustiças.

A caridade é verdade

Por outro lado, rejubilar com a verdade reflete a transparência e a honestidade nas ações caridosas. É agir com integridade e clareza de propósitos, garantindo que cada gesto de caridade seja genuíno e eficaz.

A autenticidade da caridade só pode ser realmente vivida através da verdade. E é através da verdade que a expressão do amor se torna verdadeira. Torna-se quase impossível dizer que amamos senão pela verdade.  Muitas vezes, agir com a verdade é a maior prova da caridade que podemos ter pelo outro. Não a verdade que sai do jeito que quero, nas palavras grosseiras, como a “minha verdade”, mas como gestos e atitudes que podem verdadeiramente ajudar o outro.

A prática da caridade autêntica não está isenta de desafios. Em um mundo frequentemente marcado pela desigualdade e pela desonestidade, é fácil ceder à tentação de buscar reconhecimento pessoal ou vantagens de qualquer natureza, em atos que não estão de acordo com a verdade.

É um lembrete de que, ao estender a mão aos outros, devemos fazê-lo com um coração sincero e uma mente vigilante, para que nossas ações possam realmente transformar vidas e estar de acordo com bons e verdadeiros princípios.

“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo 15,13)

Elaine Ribeiro
@elaineribeiro_psicologa

 

Elaine Ribeiro dos Santos