Nessa reflexão, tenho um grande convite: liberte-se de um coração apegado. O amor e o apego têm uma constituição que parece semelhante, mas, na verdade, o apego é feito de grandes amarras que nos prendem às pessoas e situações de forma pouco saudável.
Como identificar se possuo uma relação de dependência e apego excessivos? Para que você possa perceber se é uma pessoa — excessivamente — dependente de alguém, é importante observar alguns pontos:
– Você precisa de alguém para sentir-se seguro e tranquilo?
– Percebe que, mesmo em situações simples de escolha e decisão, precisa dessa pessoa ao seu lado e precisa do outro?
– Sente-se dependente para fazer escolhas, precisando da aprovação dessa pessoa?
– Sempre necessito da validação de uma outra pessoa para minhas roupas, meu comportamento e outras escolhas?
– Sente que sua autonomia é prejudicada, ou seja, é difícil fazer algo sem aquela pessoa?
Nem sempre as escolhas afetivas dependentes são conscientes e claras para quem passa por isso. Dependências podem se dar com coisas, objetivos, drogas, jogos, chegando às pessoas e às palavras amigas.
O perigo da dependência afetiva
A dependência afetiva e o apego fazem com que procuremos exteriormente o apoio e a proteção para suportarmos os problemas vividos nos relacionamentos e nas situações sociais.
Somos humanos e somos efetivamente influenciados o tempo todo, e ter vínculos é natural do homem. Para que você se liberte de um coração apegado, é importante perceber seu padrão de comportamento: se amo demais, se faço demais pelo outro, se me irrito quando estou longe daquela pessoa da qual sou apegada ou das coisas e situações das pelas quais tenho apego, apresentando irritação, vazio, dependência de álcool, drogas, comida, sexo e outros vícios.
Há uma grande diferença entre amar e estar apegado: o amor nos dá aquele sentimento de liberdade, enquanto o apego nos aprisiona, e pensamos que as pessoas devem agir da forma que queremos. O amor é livre. Quando estou apegado a alguém ou a alguma realidade, eu faço do outro meu escravo.
Liberte-se de um coração apegado
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gal 5,1), portanto, se eu uso minha presença e minha autoridade para pôr medo no outro, eu não vivo em liberdade.
Há momentos em que precisamos reconhecer que não estamos sendo livres; e se não estamos sendo livres, não fazemos os outros livres também. Por essa razão, precisamos ter a consciência de que forma escravizamos o outro e de que forma somos escravizados para que possamos caminhar no processo de amadurecimento de nossas vidas.
Ao se reconhecer apegado e dependente, libere seu coração, estabelecendo limites em seus relacionamentos, reconhecendo sua realidade, que, muitas vezes, passa pela negação dos fatos e a ilusão de viver em situações fantasiosas.
Da mesma forma, assuma a responsabilidade em administrar suas necessidades, reconhecer suas atitudes, emoções e seus comportamentos, sejam eles positivos ou não, percebendo as vivências da raiva, do medo, da vergonha, da culpa, e com isso reconhecendo essas questões em sua vida e comprometendo-se com a mudança: liberte-se de um coração apegado e seja livre, porque é essa a vontade de Deus a seu respeito.
Abraço fraterno,
Elaine Ribeiro