O exercício da Via-sacra é uma das mais antigas formas de meditarmos a Paixão de Cristo. Ao olhar o rosto desfigurado de Jesus, que andava por aquelas vias tortuosas e estreitas onde tudo aconteceu, somos chamados à contrição do coração.
O “caminho sagrado”
Todo o caminho percorrido por Jesus na Via-sacra me comove, mas, hoje, quero me deter na sexta estação em que Verônica enxuga o rosto de Jesus.
A Palavra diz de Jesus: “Sois belo, o mais belo entre os filhos do homem” (Sl 44/45,3). Podemos concluir que Jesus, em Sua humanidade, reuniu em Si toda a beleza da criação de Deus, sua perfeição e pureza. No rosto de Jesus, contemplava-se a maturidade do homem perfeito, em comunhão com o Pai, pleno de amor e misericórdia.
Verônica e o rosto desfigurado de Jesus
Causou em Verônica, e também em nós, espanto e consternação ver o que o pecado e a brutalidade produziram na Sagrada Face de Jesus. Não só no Seu rosto, mas em todo o Seu adorável corpo, dado a nós pela Virgem Maria.
Em Seu pleno vigor, em Sua plena força, aquele corpo e rosto dilacerados nos questionam: onde está a beleza daquele “que andou na terra fazendo o bem?” (Atos 10,38)
“Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.” (Is 53, 3)
Verônica enfrentou o tumulto dos soldados e do povo, e tentou devolver um pouco da beleza àquele rosto coberto por sangue, suor e poeira. E Jesus, em Sua delicadeza, deixou para ela a Sua face impressa no pano.
Fixar os olhos no rosto ferido de Jesus deve fazer-me pensar: continuo eu, displicentemente, com meus pecados e minha rebeldia, a desfigurar a face do meu Senhor?
O exercício da Via-sacra
Deve nos levar a uma conversão perfeita. Portanto entre no mistério, vivencie com o mais profundo amor e contrição a entrega do Deus que livremente aceitou morrer por você.
Consideremos o exercício da Via-sacra, além das indulgências com que é enriquecido, como uma maneira muito excelente de meditar sobre a Paixão de nosso Salvador, sendo, por consequência, o mais salutar exercício de nossa santa religião.
Pergunte-se: como posso hoje, a exemplo de Verônica, mitigar a dor e a humilhação de Jesus?
O que eu preciso mudar em minha vida para desagravar toda a dor e todo o peso daquela cruz? “Eis o tempo de conversão, eis o dia da salvação”. 2 Cor 6,2
Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos.
Porque, por vossa santa Cruz, redimistes o mundo.
Maria Helena Barbosa
Missionária da Canção Nova