O amor é prestativo! Já estamos na segunda semana da Quaresma e podemos nos recordar das palavras de Cristo sobre o amor: “Amarás o Senhor Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito. E amarás o próximo como a ti mesmo” (Mt 22, 37-39).
Fazer o bem ao próximo é mais do que um exercício espiritual, é uma missão: um mandamento deixado por Jesus. É uma missão exigente, principalmente porque esse próximo não se trata de alguém perfeito.
Quem é o meu próximo?
Você já se fez essa pergunta? Basta olhar para o lado e ver aqueles a quem Deus, em sua divina providência, apresenta para a nossa santificação. O próximo é o familiar, é o companheiro do trabalho, é o colega de estudo, é aquela pessoa muitas vezes difícil, pessoas que Deus permite estar ao nosso lado para que sejamos fiéis ao seu mandamento.
Santo Agostinho fala que o nosso próximo é a quem se deve dispensar ou receber “obras de misericórdia. Aquele que ama o próximo deve amá-lo, seja porque é justo, seja para que se torne justo”.
São Paulo, na primeira carta aos Coríntios, define que o “amor é prestativo” (1 Cor 13,4). A prestatividade, que está descrita no texto sagrado, é muito mais do que uma disponibilidade de tempo para ajudar alguém de alguma forma, o amor prestativo é o comprometimento com o bem e o amor para com o outro, que também é imagem e semelhança de Deus. Essa prestatividade no amor está regada de afeto, de amizade e generosidade.
O amor é prestativo
O amor a Deus e ao próximo é sobrenatural, porém, extremamente concreto. A essência própria do amor é a dedicação, a vontade firme de dar-se e, caso seja necessário, de entregar-se a exemplo de Cristo.
Não há dois “amores”, um dedicado a Deus e outro ao próximo, pelo contrário, há somente um que compreende, ao mesmo tempo, o amor a Deus — que amamos por nós mesmos —, e ao próximo — que amamos por Deus.
Assim como o próximo não é perfeito, nós também não somos. Lutamos contra as nossas imperfeições que tiram a centralidade do amor prestativo. Sendo assim, o apóstolo Paulo continua nos versículos seguintes dizendo o que não compõe o verdadeiro amor: “O amor não é invejoso, não se ostenta e não é orgulhoso. O amor não procura o seu próprio interesse” (cf 1 Cor 13,4-7).
O amor é prestativo porque é uma renúncia de si mesmo.
Que o Senhor Jesus, Palavra de verdade e caridade, nos ajude a dizer a verdade no amor, para nos sentirmos guardiões uns dos outros.
Seu irmão,
Thiago Teodoro
Comunidade Canção Nova