Incorporados no corpo místico de Cristo, somos conscientes da imensa misericórdia que Jesus manifestou por nós na cruz. Não podemos deixar de corresponder ao amor misericordioso do Senhor. Essa é a sublime razão em recomeçar todos os dias.

A glória de Deus é a bondade infinita em plenitude. Não estamos sozinhos no mundo: encontramos na nossa estrada pessoas das quais a bondade vem de Deus. Quando o mal é ainda maior e estamos inseridos num contexto de “dor e desespero”, nos deparamos com pessoas que são âncoras na nossa vida. Jamais devemos nos esquecer delas.

Eu vivi muitas situações que me fizeram perder o medo e contribuíram para mais um passo na minha vida adulta, lançando-me para águas mais profundas na caminhada de fé; e tudo isso graças à providência divina de uma amizade pautada na verdade.

Temos medo de olhar para trás e dar nomes às coisas que realmente vivemos. Mendigamos alívio emocional; e, por diversas vezes, nos perdemos em busca de sentido para nossa própria vida. Os verdadeiros amigos nos fazem andar uns metros a mais do que estamos habituados e nos apontam a eternidade; e isso nos torna mais irmãos, mais cristãos e mais perto de Deus. A essas pessoas eu dou o nome de “amigos de Deus”. Ele, sempre benigno, que se inclina sobre nossa pequenez e a transforma em bem, porque “a sua misericórdia é eterna”.

O pecado nos afasta de Deus, mas “a sua misericórdia é eterna”. Se existe bondade nos nossos corações, é porque a recebemos de Deus. A criatura humana nada pode transmitir de bom senão por intervenção divina, que comunica a bondade de Deus. Da nossa parte, é preciso um grande esforço, para não parar nas misérias que gritam “dentro de nós”.

Mas, se olharmos ao nosso redor, sempre encontraremos alguém disposto a receber e dar amor, quando as coisas não andam bem. Certamente, existe alguém aí, próximo a você, que lhe dá um novo impulso para o recomeço. Quem são essas pessoas?