Todos os seres humanos, sem exceção, trazem em suas histórias traços de vida e de morte, traumas, marcas, que se fixaram no passado e permanecem no presente, atualizando-se todos os dias e causando dor e sofrimento. Ninguém é responsável por suas próprias feridas. Começamos por sermos vítimas, mas o que fizemos a respeito daquilo que nos aconteceu?
O primeiro passo é nomear “aquilo que nos causou dor” e, particularmente, todas as desordens que tomamos por amor que terão uma influência considerável sobre a maneira pela qual somos estruturados, pela qual vivemos o relacionamento com o nosso “eu”, com Deus e com o outro. Na maioria das vezes, o movimento onde se gasta mais energia é na busca pelos culpados e na condenação no julgamento interior que se perpetua enquanto a ferida está “ativa”.
Quando nomeio o que me causa dor e levo todas as desordens interiores diante de Jesus, dou o maior de todos os passos, mesmo que não perceba automaticamente o resultado e as mudanças. Jesus Cristo venceu a morte e, mais do que isso, deixou como herança um exemplo a ser seguido, o do perdão.
Perdoar nossos malfeitores, traidores ou qualquer que seja o sujeito que habita nossa história de forma negativa é o movimento essencial para se chegar à ressurreição e traduzir, na vida e de forma concreta, o encontro com o ressuscitado.
“Permaneçamos pacientes conosco e deixemo-nos banhar pela misericórdia, que pouco a pouco vai reerguer-nos” (Evangelização das profundezas – Simone Paccot).
Agora, tome uma postura ativa diante das suas feridas, e como também nos ensina Santo Agostinho: “Ordene tudo para o amor”.
Uno-me a você em oração. E confie a sua história de vida ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de Maria.
Deus abençoe você!