O que você faria?

O que você faria? Começo nossa mensagem de hoje com algumas perguntas: O que você faria se não tivesse dor? O que você faria se não tivesse raiva? O que você faria se não sentisse medo? Essas e outras frases, são acompanhadas de expressões condicionais: “e se…”, “mas, e se…”, “o que você faria se….”.

O que você faria?

Crédito: Halfpoint/ Getty Images

O que você faria?

Por vezes, quando uma pessoa vive, por exemplo, um transtorno do pânico, pode ter começado a sentir muito medo de realizar atividades que, normalmente, faria por causa do medo de entrar em pânico. Quando isso acontece, pode ser que você não vá mais ao supermercado, ao convívio com amigos ou tantas outras atividades cotidianas e tranquilas que você realizava porque tem medo de ter um ataque de pânico acontecendo.

Talvez, você se sinta desconfortável em situações sociais porque não quer que ninguém o veja entrar em pânico e tem vergonha disso. De repente, você começa a viver ajustando a sua vida, de forma a acomodar o seu problema e, a partir desse comportamento, a sua vida vai ficando mais rígida, inflexível, com dificuldades para várias coisas.

Ajustando a vida

Essas coisas vão acontecendo e a dor vai se tornando o foco de atenção: a dor de conviver, de fazer as suas coisas cotidianas, de relacionar-se em sua família, com seus amigos e no seu trabalho.

Uma forma de pensar diferente é justamente colocando para si algo como “minha vida seria diferente, teria outras possibilidades, se as minhas dificuldades desaparecessem?”. A partir de uma dor, de uma dificuldade dissipada nessa forma de pensar e lidar com as situações, conseguiremos perceber que somos mais do que a nossa dor, que somos mais do que a nossa dificuldade, que temos valor além daquilo que vivemos naquele momento.

Muitas vezes, nos apegamos à nossa dor e passamos a julgar a nossa vida com base em como nos sentimos e não no que fazemos. De certa forma, nos tornamos nossa dor.

Acabamos por dar permissão ao que é pesado e negativo, mas precisamos de um novo olhar que permita que a luta psicológica que você está travando não interfira mais e nem com tanta força naquilo que você tem vivido.

E, se você ou alguém que é importante para você tem vivido essa realidade, que esta reflexão possa lhe encontrar e permitir um novo momento em sua vida!

Por fim, o livro de Jó nos garante: “Ele que tem em mãos a alma de tudo o que vive e o sopro de vida de todo o gênero humano” (Jó 12,10).

Um abraço fraterno!

Elaine Ribeiro, psicóloga.

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Elaine Ribeiro dos Santos