Tudo é Vosso

Tudo é Vosso, a Ele a glória pelos séculos. Entre as inúmeras citações que são sempre lembradas de trechos das cartas do apóstolo Paulo, existe esta: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém!” (1 Cor 6,12).

 

Tudo é Vosso

Crédito: Halfpoint/ Getty Images

Mas para adentrar em seu significado, gostaria de voltar um pouco antes, onde ele explica por que tudo nos é permitido, no capítulo 3 da mesma carta. De fato, ele diz que “Com efeito, tudo vos pertence: Paulo, Apolo, Céfas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro; tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus” (1Cor 3,21-23).

São Paulo estabelece uma hierarquia ascendente onde tudo é nosso, tudo nos é permitido aqui, somente porque nós pertencemos a Cristo, ou seja, estamos unidos pelo batismo e pela graça à humanidade do Verbo Divino. E esta humanidade, a que chamamos de encarnação, é e sempre será parte de Deus. A dupla natureza de Cristo, homem e Deus, pertence, porque é parte integrante à Trindade Santíssima.

Tudo é Vosso

Colocando em ordem de dignidade, poderíamos dizer: Tudo pertence a Deus, pois “nele vivemos, nos movemos e existimos(At 17,28). E se tudo pertence a Ele, tudo está sujeito ao Verbo, porque, sendo Deus, “tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito” (Jo 1,3).

Finalmente, ao nos unirmos ao Verbo Encarnado, passamos a ter parte integrante também da posse de todas as coisas e não só fazermos parte da existência de tudo.

Nada é nosso por direito

Perceba a beleza e a responsabilidade disto: tudo nos é permitido, porque tudo é nosso! Mas nada é nosso “por direito”, só temos posse por participação.

O nosso poder e a nossa permissão é dada pela Misericórdia Divina porque e enquanto nos unimos verdadeiramente a Cristo, nosso salvador.

Resumindo, poderíamos dizer: tudo é meu e tudo posso porque estou unido a Cristo pela Graça Santificante. E se estou unido verdadeiramente a Cristo, estou sempre em conformidade com a vontade do Pai, amando Suas leis e Seus mandamentos.

Também sabendo que, embora tudo seja meu e tudo eu possa, nem tudo me aproxima ainda mais de Deus e de Sua intimidade.

Pelo contrário, existem escolhas dentro do “meu poder” e “da minha liberdade” que farão com que eu perca a união com Deus. E se eu não estiver com Deus, a permissão/liberdade que tenho e o poder/autonomia de que me vanglorio, não passam de ilusões de uma pobre alma doente.

 

Seu irmão,
Flávio Crepaldi

 

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Flávio Crepaldi